quinta-feira, 17 de julho de 2008

Virtude

Sou o que sou.
Não o que gostaria de ser.
Tão pouco o que deveria.
Prazer!

Penso que sou um eco.
Penso que sou um corpo.
Penso que sou um cárcere.
Penso que sou um.

Digo que estou acabado.
Digo que estou parado.
Digo que estou fardado.
Digo que estou não-apaixonado

Diante desses predicativos
Respectivamente
Apenas um ausente.
Penso e digo que minto.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Soneto do psico-tempo

Vento do quando agressivo
Expande e leva grãos nítidos
Dos grandes momentos pedidos
Indo até eles, passivo.

Caminhos vistos em sete
Inflam e mentem expressões
Sem nos trazer conclusões
Sobre o infinito, porém eterno, confete.

E o vazio não espera tradução.
Somente palavras unem a existência
Ao pensamento, sua distorção.

Não deixar transparecer
Um mero engano sórdido.
Não pare de transcender.