terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Ampulheta

Eu desejo isso
Eu desejo aquilo
Eu quero isso
Eu quero aquilo
...
Eu desejei isso
Eu desejei aquilo
Eu queria isso
Eu queria aquilo

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Clausura em liberdade

Põe-se a crescer
A agonia de meu maior instinto
Pois no prelúdio da guerra, faz-se aparecer
O muro que nunca fora extinto.

Ser-se hipócrita ou suicida
Ora certo, ora vida
Mando o sempre de partida
Tento dele ter saída.

Quem sabe um dia eu chegaria
Nessa interminável máscara fria.
Queimando o sol, pisando o tato.

Mas, ainda que fossem versos livres
Tem-se o estigma intacto.
Nós versus livres.

domingo, 21 de setembro de 2008

Vocábulos Incertos

Receio a quiçá-pedrada.
Açoito a palavra errante
Na sua mente pálida.
Não, não a tirei da estante.

Se não tivesse limite
Estaria você surda
Ou simplesmente triste?
Talvez me deixasse muda.

Oh! Força amorfa e incontestável,
Como posso eu não ter
Medo de tanto poder?

Diga a ela
Que sou sua e dela.
Agora, só nos separa a chance.

domingo, 17 de agosto de 2008

Universo paralelo

Vôo de liberdade em céu sem fim.
Ouso um incêndio.
Das cinzas da razão
Adorno para o milênio.

Teu seio não concede falhas.
Nem o hábil ludíbrio da realidade
O impede de abrir asas.
Resta-lhe apenas o ímpeto de sua vontade.

Longe desse vil momento
Nasce em mim a força do pensamento.
Invisível, infatigável, infindo.

Se ao menos a cada ilusão soubesse
O quão alto poderia chegar
Insistiria mais em sonhar.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Virtude

Sou o que sou.
Não o que gostaria de ser.
Tão pouco o que deveria.
Prazer!

Penso que sou um eco.
Penso que sou um corpo.
Penso que sou um cárcere.
Penso que sou um.

Digo que estou acabado.
Digo que estou parado.
Digo que estou fardado.
Digo que estou não-apaixonado

Diante desses predicativos
Respectivamente
Apenas um ausente.
Penso e digo que minto.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Soneto do psico-tempo

Vento do quando agressivo
Expande e leva grãos nítidos
Dos grandes momentos pedidos
Indo até eles, passivo.

Caminhos vistos em sete
Inflam e mentem expressões
Sem nos trazer conclusões
Sobre o infinito, porém eterno, confete.

E o vazio não espera tradução.
Somente palavras unem a existência
Ao pensamento, sua distorção.

Não deixar transparecer
Um mero engano sórdido.
Não pare de transcender.

sábado, 21 de junho de 2008

Dúvida

Veneno, tal qual um chão de vidro
Incide sobre a alma e a impede.
Um tom estranho e irreal.

Vendado, tento ludibriar o espelho.
Sem tempo, sem chance, sem nada.
É o que dizem?

Vou conseguir andar
No momento
Em que me transformar em arte.

sábado, 26 de abril de 2008

Títulos da vida

Sempre que você subjuga
Meu instinto assassino
Nenhuma retórica funciona
Para impedir a minha triástole.

Realização conquistada
Ao saber onde está
Finalmente
O brilho do seu olhar.

Por dimensões
Em busca da biografia perfeita
Me encontro perdido.
Dezessete tentativas sem final.

Terra de ninguém?
Labirinto de todos?
Consultar até o Z
Para ter uma resposta.

Enfim, renascer.

Por mais que eu tente
Usar um mapa
Para ser humano
Só tenho meus pensamentos.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Sempre

O sorriso que nasce ao sentir
O chão desaparecer
Com uma simples lembrança
De um dia sem fim.

A saudade traz o frio e o calor
Ao puxar na memória
Os momentos e desejos
Dessa vida infinita.

Até o fim da respiração
O apego ao verbo
Sem dúvida ou perdão
Faz do título uma constante certeza.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Instinto assassino

Você aí do 13º andar
Não consegue enxergar
Nós é que temos azar
Ao menos pare de rezar.

Ar, ar, ar
Me dê um pouco de ar
Quanto está a custar?
Não adianta tentar.

Então só me resta falhar?
Mas nunca parar.
Então só me resta roubar?
Mas nunca parar.

Para essa rima passar
Conjuguei o Ar
Conjurei o ar
Mas só me resta matar.

segunda-feira, 31 de março de 2008

Retórica

Culto ao dois mais dois
Tal qual o braço direito
Do cérebro.

Culto ao culto
E esquecer da reciprocidade.
Crença e vontade
Se chamando sincretismo.

Está certo
Está errado
Mas eu estou certo
Me chamo moral.

Apenas por andar me sinto em um museu.
Estou convencido.
Quanto mais quadros passam
não vejo nada.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Triástole

Quando encontro você
a vejo sobrevoar o paraíso.
E, finalmente, sinto
Que não parece ser uma ilusão.

Uma catedral
Num interminável minuto inicial
No qual o sino
Insiste em bater.

Penso
Se deveria tocar o seu suspiro.
Penso
Se é necessário pensar.

Penso ainda
o que você pensa.
A resposta se repete.
Dúvida.

A ausência do seu sopro
Faz do meu calcanhar
A sua lança.

sábado, 15 de março de 2008

Mapa

Coração.
Atitude, emoção
Paixão, existência
Porta de entrada.

Pensamento.
Cárcere, razão
Descoberta, saber
Cano de “escape”.

Por mais incrível que seja
A viagem
Ela só se faz assim
Pela percepção do fim.

sexta-feira, 7 de março de 2008

Brilho

A vida nasce com o sol
Cresce comigo
E morre com você.
Um caminho entre rosas.

Ter a certeza de existir estrelas
E se contentar em vê-las.
Não importa o quão rápido a luz seja
São 8 segundos intermináveis.

Livro terminado?
Não são muitas páginas.
E quantas são?
Até você dizer não.

sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Realização

Nostalgia do nada
Medo de um futuro
Sem memórias.

Lembrar do inexistente
Ou pelo menos
Querer lembrar.

Sonhos
Seis letras de esperança
Na qual
Quatro são de você.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Saber

O que é uma boa música?
O que é música?
Do que se faz música?
Como se faz música?
Quando se faz música?
Por que música?
Obs.: Esse foi o segundo que eu fiz, quando eu queria fazer poemas filosóficos, ou seja, faz muito tempo.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Biografia

Há momentos em que você quer
Há momentos que você tem
Há momentos que você precisa
Há momentos em que você precisa ter o que quer
E acaba, simplesmente, por não haver momentos

Pensar, pensar e pensar
E não descobrir o segredo do palhaço
Olhar, olhar e olhar
E não ter certeza se o sol já se pôs

Tatear o futuro
E não ver nem o passado
Continuando sempre
com a mesma página em branco.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Por dimensões

Epitáfio é o bastante?
Um simples sim bastaria.
Talvez um dia
Eu lhe encontre de novo.
Acharei um lugar ao seu lado
Mesmo que espere algumas eternidades
Ou mesmo a sua resposta.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Perdido

Sob as mentiras sinceras
Eu me escondo
Esperando apenas
O toque do despertar

Guardado a sete chaves
Largado a sete palmos
Esperando apenas
Alguém vir me libertar

Estou sozinho
Estou com medo
Estou com medo de ficar sozinho
Estou sozinho porque estou com medo

Fico girando
Em torno de mim mesmo
Buscando sempre o equilíbrio
Mas sempre desequilibrado

E a minha vida se resume
Em um caminho eterno
Pelas nuvens
Salvo?

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Sem final

Amarrado pela entrada
Possuído pelo destino
Marcado pelo número
De uma vida sem futuro

Não, este erro
Não é composto por mim
É apenas uma forma
De tentar acertar

Continua o fluxo
Deste rio perene
Na espera
Da próxima travessia.
17

A sua partida fortalece
A cada instante
O meu vazio.

Degraus abaixo
Vou lembrando
Desligaram o interruptor.

Não mais terei meu braço
Ao meu lado
O destino
Cortou-o.

Porém
Espero
Que ele sempre seja
O meu braço.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Consulta

Pah!
Morreu?
Não, só deixou um buraco.
E o que isso quer dizer, doutor?
Isso não quer dizer nada.
Esse é o problema.
E o que é isso que eu estou sentindo?
Não sei, mas você está gelado.
E como eu resolvo isso?
Não sei se posso lhe responder.
Mas, talvez, quem sabe, uma flechada ao chão.
Obs: Tow tentando fazer em forma de diálogo espero que esteja bom.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Terra

Gira
Seca
Enche
Queima
Sopra
Constrói
Vive
Ama
Sim, nós amamos.

domingo, 13 de janeiro de 2008

Labirinto

A escuridão me consome
As portas se fecham
Tropecei
O azar acompanha
A frieza da alma

Estou longe da chegada
Na busca pela chave e lanterna
Estou perdido?
Não, nem isso eu sei.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

O olhar

A janela se abriu
Contemplação única
Por um instante.

Logo
Conto os segundos
Na espera de minha imagem
Refletida na sua alma.

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Renascer

Meu olhar brilhou
talvez fosse uma miragem
mas eu vi uma fênix

Me enganei
era um espelho
refletindo o meu ego.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Até o Z

Alguém passou na minha frente
Não sei quem é.
As pessoas ao meu lado
Chamaram-na
Linda
Mas o Aurélio
Ficou em silêncio.