quinta-feira, 16 de abril de 2009

Despersonalizado

Solta-se, voa, grita...
Faça tudo que você não admita
Deixe livre tudo que está por vir
Faça tudo isso sem deixar-se cair

Fuja para o éden mais próximo
Fuja para onde nunca estarei
Faça-o, pois senão não me perdoarei

Então vai, não há o que esperar
Vá até o quão longe possa estar
Pois me chamo buraco negro
E o meu mais obscuro mundo
A todos recebe
Salvo uma a salvo

E eu sou apenas isso
Isso que não é, mas deveria ter sido
Isso que seus olhos não têm tocado
Isso cujo nome é apenas Isso

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Prefácio da fome

Sou morto-vivo ou vivo-morto?
Sobrevivo-morto ou subvivo-morto?
Onde estou vejo a-penas o submundo
Inclusive, acho esses submundos extra-ordinários
Principalmente quando o que me separa da superfície
São um cão com doença crônica
Que já supera alguns milhões de cabeças
E uns rios ou ruas, não sei ao certo
Navegados por carrontes blindados
Sobre estas palavras

Parto em pedaços a paz
Parto para nunca ter um jaz
Parto daqui a pé de parte
Da peste espalhada pelo parque

Os passos parcos mentem e não dizem tchau
Matam e não dizem tchau
Morrem e não dizem tchau
Morremos

Nos restam os giros
Nos restam as piras
Nos restam o resto